" A arte existe porque a vida não basta"
Assim Ferreira Gullar se despediu de García Márquez!
E o universo literário perde sim, Isabel Allende o seu grande maestro.
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Gabriel García Márquez deixa um legado literário e muita. muita saudade. Valeu, Gabo!
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O meu contato com a
literatura veio bem cedo. Alfabetizada em casa tive a adolescência povoada
pelas personagens de Érico Veríssimo, José de Alencar. Carlos Drummond de
Andrade, Heleanor H. Porter. Monteiro Lobato , Maria José Dupré entre muitos...
Mas aos quinze anos veio o primeiro contato com a literatura latino americana
pela leitura precoce de Cem Anos de Solidão. O que me fez voltar a lê-lo aos 18
anos, e novamente aos 23; aos 25...E ainda continuo lendo – sempre que posso.
O realismo
fantástico,(ou mágico?)de Gabriel Garcìa Márquez me mostrou novos caminhos... E
das referências literárias européias, como Dante Alighiere, Tolstoi,
Shakespeare e Victor Hugo, me deparei com uma literatura mais real. E assim era
o mundo fantasioso de García Márquez...A saga dos Bundía que se desenrolava
entre borboletas amarelas e cal; entre as formigas e o paixão pelo gosto de
terra e paixões descomunais. José Arcádio ; Amaranta; Aureliano; Rebeca; Meme;
Fernanada Del Carpio; Úrsula Iguarán...
Todos tão reais e tão sozinhos...Uma solidão quase que pueril.
E do universo de
Macondo fui levada a outros horizontes.
O amor incondicional
e que superou o tempo...Assim era a paixão de Firmina Daza por Florentino
Ariza. E mais uma vez a gente se surpreendeu... Personagens tão reais que
justificariam mais um Nobel de Literatura. E assim foi o meu aprendizado com
García Márquez. Dos contornos de suas personagens fiz os meus mais marcantes
desenhos...E os esqueci. Assim como ele também se esqueceu.
O que faz com que o
pensamento de Ferreira Gullar seja uma máxima. Por que afinal, o que é a arte?
O que faz um artista??? E só um grande pra responder: “- “A arte existe, porque
a vida só; não basta”! E quando a memória falha...Ela vem nos reconhece.
Ninguém Escreve ao Coronel, A
incrível história de Cândida Erêndira e de sua avó desalmada; Os funerais da
Mamãe Grande; Crônica de uma morte anunciada, Olhos de Cão Azul; Manhã de um
senhor; O Amor nos tempos do cólera. Do Amor e Outros Demônios, O enterro do
Diabo, Relato de um náufrago, O veneno da madrugada... Vieram de forma suave e doce. E Macondo ficou
tão real mesmo sendo “ a cidade das
miragens ou dos espelhos”.
“E as estirpes condenadas a Cem Anos de Solidão não terão uma
segunda oportunidade sobre a terra”.Gabriel García Márquez.
Eu também vou esquecer. Os
arquivos da memória não são eternos. Mas a gente pode fazer um backup...E Gabo, fez o
mais importante: VIVEU PARA CONTAR.
Biografia pela Wikipédia:
Gabriel
García Márquez, também conhecido por Gabo,
nasceu em 6 de março de 1927, na cidade de Aracataca, Colômbia, filho
de Gabriel Eligio García e de Luisa Santiaga Márquez,6 7 que tiveram ao todo onze filhos. Logo
depois que García Márquez nasceu, seu pai se tornou um farmacêutico. Em janeiro
de 1929, seus pais se mudaram para Barranquilla,8 9enquanto
García Marquez permaneceu em Aracataca. Foi criado por seus avós maternos, Doña
Tranquilina Iguarán e o coronel Nicolás Ricardo Márquez Mejía.8 10 Quando ele tinha oito anos, seu avô morreu,
e ele se mudou para a casa de seus pais em Barranquilla, onde seu pai era
proprietário de uma farmácia.11 12
Seu avô
materno Nicolás Márquez, que era um veterano da Guerra dos Mil Dias, cujas
histórias encantavam o menino, e sua avó materna Tranquilina Iguarán, exerceram
forte influência nas histórias do autor. Um exemplo são os personagens deCem Anos de Solidão.
Gabriel
estudou em Barranquilla e no Liceu Nacional de Zipaquirá. Passou a juventude
ouvindo contos das Mil e Uma Noites; sua adolescência foi marcada por livros,
em especial A Metamorfose, de Franz Kafka. Ao
ler a primeira frase do livro, "Quando certa manhã Gregor Samsa acordou
de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto
monstruoso", pensou "então eu posso fazer isso com as
personagens? Criar situações impossíveis?". Em 1947 muda-se para Bogotá para estudar direito e ciências políticas na universidade nacional da Colômbia, mas
abandonou antes da graduação. Em 1948 vai para Cartagena das Índias, Colômbia,
e começa seu trabalho como jornalista.
A repercussão da morte de Gabo pelo G1
Logo após a divulgação da notícia de sua morte, na tarde de quinta (17),
Gabriel García Márquez se tornou trending topic mundial, assunto com
maior número de citações no Twitter. Diversos tópicos relacionados ao
escritor estiveram na lista durante o resto do dia, sendo o primeiro a
aparecer #MurióGabrielGarcíaMarquez.
#GraciasGabo,
em referência ao seu apelido na América Latina, e nomes de alguns de
seus livros mais famosos também surgiram, em espanhol e inglês, como
Cien Años de Soledad e Love in the Time of Cholera.
Escritores, políticos e celebridades lamentaram publicamente a morte. Veja abaixo.
Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, no Twitter
“Mil anos de solidão e tristeza pela morte do maior colombiano de todos os tempos! Solidariedade e condolências a sua família.”
Dilma Rousseff, presidente do Brasil, no Twitter
"Foi
com tristeza que soube da morte do escritor colombiano Gabriel García
Márquez. Dono de um texto encantador, Gabo conduzia o leitor pelas suas
Macondos imaginárias como quem apresenta um mundo novo a uma criança.
Seus personagens singulares e sua América Latina exuberante permanecerão
marcados no coração e na memória de seus milhões de leitores."
Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, em nota oficial
"O mundo perdeu um de seus maiores escritores visionários - e um dos meus favoritos."
Enrique Peña Nieto, presidente do México, no Twitter
"Em nome do México, expresso meu pesar pelo falecimento de um dos maiores escritores de nossos tempos: Gabriel García Márquez."
José Mujica, presidente do Uruguai, à emissora de TV uruguaia Canal 12
"Para
aqueles que sonham com a possibilidade de um mundo melhor, ele era um
companheiro de utopias. A América Latina perdeu um de seus maiores
pontos de referência em sua verdade, em sua dor, em sua alegria".
Ollanta Humala, presidente do Peru, no Twitter
“A América Latina e o mundo inteiro sentiram a partida desse sonhador. Descanse em paz, Gabriel García Márquez, lá em Macondo.”
Rafael Correa, presidente do Equador, no Twitter
“Nos
deixou Gabo, teremos anos de solidão, mas ficam suas obras e seu amor
pela ‘Pátria grande’. Até a vitória sempre, Gabo querido!”
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, no Twitter
"Ele
foi um amigo sincero e leal dos líderes revolucionários que levantaram a
dignidade da América de Bolívar e Martí. Gabo deixou gravada sua marca
espiritual na nova era de nossa América, cem anos de amor por seu
espírito etcrno".